quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O CRIME E OS CRIMINOSOS

O gabinete do senhor primeiro-ministro gasta, por dia, 11.391 euros. Só Sócrates e o seu querido delfim, Pedro Silva Pereira, custam aos portugueses 4 milhões de euros ao ano. A presidência da república custa mais aos portugueses que a monarquia espanhola, com os seus príncipes e princesas, custa aos espanhóis. Mas a maioria dos criminosos fica em liberdade a aguardar julgamento, porque o legislador passou de três para cinco anos a pena para crimes que permitiam aos juízes aplicar a prisão preventiva. A razão é que não há dinheiro para sustentar tanto patife. E o crime violento disparou. Portugal é o paraíso dos patifes. E governam-se bem, especialmente os de colarinho branco e fatinho Armani...

Os medicamentos custam cada vez mais aos portugueses. Doentes crónicos, como os doentes oncológicos ou do foro neurológico, pagam, agora, exorbitâncias para poderem ter uma vida com alguma qualidade. Milhares de doentes, sobretudo idosos, só conseguem atenuar as suas maleitas devido à generosidade e compreensão das farmácias, onde o rol de fiados aumenta todos os dias. Em Portugal, um medicamento para doentes oncológicos (Capecitabina) custa 443,63 euros, enquanto em Espanha e França custa menos 100 e 95 euros, respectivamente. Se o medicamento, para a mesma doença for a Cladribina, o custo é de 1750 euros, mais 250 euros que em Espanha e França. Mas pagou-se a burla no BPN.

O país envelhece – e adoece – a cada dia que passa mas, em vez de aplicar políticas de apoio à natalidade, o governo corta o – ou no – abono de família.

Portugal perdeu mais de 390 mil hectares de área agrícola. Quem o diz é uma fonte insuspeita, o Instituto Nacional de Estatística, que acrescenta ter havido uma redução enorme de explorações e agricultores. Em consequência, somos obrigados a importar cada vez mais produtos alimentares, agravando a nossa dívida externa e obrigando-nos a consumir, em muitos casos, o refugo dos países a quem compramos. Porque fomos obrigados a viver de subsídios e a construir estradas e auto-estradas (cada vez mais desertas), andamos agora de mão estendida a pedir dinheiro emprestado, a juros asfixiantes, e preparados, mais dia, menos dia, para vermos entrar por aí os emissários dos credores. Não virão para resolver os nossos problemas, mas para garantir que vamos pagar a quem devemos. Com mais fome, mais desemprego, mais doença, mais morte.

Para fazer dinheiro, o governo vendeu ao desbarato as nossas melhores e mais lucrativas empresas – e agora, nem empresas nem dinheiro. Não podem dizer que não foram avisados das consequências. O PCP avisou.

Então, não foram os ordenados nem as pensões dos portugueses que levaram o país à ruína. Eles são os mais baixos da Europa. Não foi o preço dos medicamentos que delapidaram os cofres do estado, porque eles são dos mais caros da Europa. O que nos conduziu à situação que hoje vivemos, foi terem morto a capacidade produtiva do país. Foi esse o crime.

Falta o nome dos criminosos: todos os que nos governaram após o 25 de Novembro de 1975. De Mário Soares a Sócrates, passando por Cavaco e Durão, nenhum é inocente. E nenhum tem perdão, porque eles souberam sempre o que estavam a fazer.

Quem não sabe o que faz, é a maioria do povo. Está cada vez mais loira, como as eleições de domingo irão demonstrar.


(João Carlos Pereira)


Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 19/01/2011.
Não deixe de ouvir em 98.7 Mhz e participar pelos telefones 212277046 ou 212277047 todas as quartas-feiras entre as 09H00 e as 10H00.

2 comentários:

Joçao Massapina disse...

Caro João Carlos

Não podia estar mais de acordo com mais este teu magnifico momento de prosa.

Não resisto, com a devida venia ao autor em o reproduzir num dos meus blogues da Sol.Sapo, -

http://comunidade.sol.pt/blogs/

designadamente em:

http://comunidade.sol.pt/blogs/azurro/default.aspx

Saudações amigas.

Abração

GATO GIL disse...

QUE SE PASSA NO SEIXAL?

Que se passa na terra do “Avante” onde existe uma Câmara Municipal com uma maioria absoluta do PCP?

O camarada Xico Lopes só conseguiu o 4.º lugar. Não se poderia exigir que tivesse a mesma votação do camarada Alfredo porque a diferença intelectual é enorme, mas ao menos que se aproximasse dos 20.000 votos.

A fidelidade no partido já não é o que era e as incompetentes estruturas locais não souberam mobilizar militantes e simpatizantes.

Que desculpas arranjará agora o “Flaminguito?

Aqueles que já lá estão (no outro mundo) e que deram a vida pelo partido, devem estar muito satisfeitos com esta gente carregada de teoria mas que na prática nada fazem.

Continuem com a mesma política autárquica, com a mesma arrogância, com o mesmo vedetismo, com o mesmo faz-de-conta, que terão nas próximas eleições a mesma resposta que agora foi dada.

E quem avisa, amigo é.