
A Democracia é o reino dos democratas. Está estruturada em feudos (vulgo: partidos), que se subdividem em três grupos, ou extractos: os Senhores, os Pajens e os Apaniguados – ou Devotos, dado que só servem para votar e dizer amém.
Os Senhores de cada feudo decidem, dizem, desdizem, põem e contrapõem. Repartem entre si os fundos e os proveitos, também chamados saque, ou despojos. Periodicamente, disputam com os Senhores dos outros feudos o direito a ocupar o trono real por um período de quatro anos. O vencedor pode governar todo o Reino como se do seu próprio feudo se tratasse.
Os Pajens servem fielmente os Senhores, a troco de razoável paga em dinheiro e em espécie, podendo, se os préstimos forem excelentes, aceder à categoria de Pajem-Delfim (ou Boy), de onde, sendo suficientemente espertos e isentos de escrúpulos, será apenas um pulinho até ao topo senhorial.
O Apaniguado, ou Devoto, limita-se a votar no respectivo Senhor e a manifestar, de forma mais ou menos explícita – ou seja; com maior ou menor gritaria – o seu apoio à casa senhorial. De nada mais sabe, nem quer saber. É muito disputado pelos Senhores, dada a sua excelente capacidade de não pensar – ou de não ter capacidades cognitivas – quer porque os seus neurónios são poucos e de má qualidade, quer porque foram neutralizados por conteúdos difundidos via media, tipo Casa dos Segredos, Agora é que Conta, Ídolos, telenovelas quanto baste, futebol e sessões de lavagem cerebral levadas a cabo pelos postilhões de cada feudo. O Apaniguado repete slogans, e com isso se satisfaz. E

Embora os diversos feudos se confrontem pela conquista do trono, estabeleceram pactos e normas que conferem direitos inalienáveis a todos os Senhores e respectivos séquitos, pe

Existe um grupo heterogéneo de cidadãos que não se integram nesta estrutura política e social, embora também trabalhem e paguem impostos. São, no geral, considerados párias, irresponsáveis, obtusos e – porque não participam nas pugnas pelo trono – são tidos como culpados por qualquer coisa que corra menos bem. Ou muito mal. Ou pessimamente.
Apesar de laica, a Democracia obedece a um poder superior, cujo nome não gera consensos. Para uns, é a Economia de Mercado; para outros, é o Poder Económico, ou Capital Financeiro; há quem diga, como os Apaniguados, que «é a vida, o que é que se há-de fazer?».
E assim vai o reino dos Democratas…

(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 26/01/2011.
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4 comentários:
Vejam como se desmascara facilmente a mentira rafeira do Ponto-Verde e do seu antro fascista no blogue O Flamingo.
Tenho dito.
O cão de fila da nomenclatura não tem mesmo vergonha na cara. Passa o tempo a infectar os blogues dos outros a fazer publicidade ao seu. Ó homem, você ainda não percebeu que já enjoa essa sua guerrinha doentia com os anormais da direita? Não tem mesmo nada que fazer na vida? Pagam-lhe para isso, é?
Você e eles, afinal, estão mesmo bem uns para os outros. Não têm nível nenhum
Olha a passaroca voltou!!!
então, já fizeste as pazes com os teus donos? olha que eles andam prái a dizer que és um cobarde, pá
Eu se fosse a ti não os perdoava pá
É que dizerem que o seu lacaio é um cobarde porque não dá a cara pá, é grave pá!!E eles até dizem que nem és camarada pá!!!
Ai passaroca, isso vai mal pá!!!
Obrigado, por onde tens andado que não consigo apanhar-te? Desde que deixas-te o trabalho nunca mais te pus a vista em cima. Carlos Martins.
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