Albert Einstein disse que só há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana, acrescentado que, quanto ao primeiro, tinha as suas dúvidas. Vem isto a propósito de, em Portugal, nos dias que correm, só haver uma coisa absolutamente certa: para 90% dos portugueses, o dia de amanhã vai ser pior que o dia de hoje. Há décadas, aliás, que é assim.
Perante um eleitorado incapaz de discernir de acordo com a realidade – ou seja: quem (que pessoas e partidos) conduziu o país à situação em que se encontra, que políticas conduziram ao desastre – e, consequentemente, exigir soluções que invertam essa situação, cerca de 70% dos que ainda votam fazem-no por dois motivos fundamentais: apoiar o partido dos seus afectos, ao qual tudo justificam e aplaudem; derrotar o seu principal opositor, ao qual tudo condenam, mesmo que sejam as práticas políticas – e respectivos resultados – que suportam e justificam no seu.
Em consequência desta absoluta imbecilidade, a vida da maioria dos portugueses, incluindo os tais 70% de eleitores masoquistas, tem vindo a transformar-se num inferno. Paralelamente – e de forma absolutamente perversa e cínica – o poder instalado, pelas vozes e penas de que dispõe em toda a comunicação social, que lhe pertence ou domina, esforça-se por difundir a ideia de que a situação actual do país resulta precisamente do facto de a maioria dos portugueses viver acima das suas posses. Terem muitos «direitos adquiridos». Tenta-se, assim, convencer a população a aceitar, passivamente e de bom grado, os cada vez maiores sacrifícios que lhes são impostos e, principalmente, que não perceba que a resolução da crise não é mais que um mero processo de transferência dos cêntimos que possam existir nos bolsos de milhões de pessoas para as carteiras, contas, cofres e “offshores” de quem domina, de facto, o país: os detentores do poder económico nacional e multinacional.
Como se sabe – alguns fingem que não sabem, e nem gostam que se fale nisso –, Portugal é um paradigma das desigualdades sociais, dos baixos salários e pensões, da pior repartição da riqueza, das piores prestações sociais, do menor peso dos encargos com salários nos custos de produção, enfim, um país onde a miséria alastra de forma assustadora. Mas é um país onde os «direitos adquiridos» das elites fazem inveja aos seus pares por essa Europa fora, ou mesmo ao presidente Obama e ao responsável pela Reserva Federal Norte-Americana. Enfim, algo com que os 70% que votam PS e PSD convivem muito bem, coisa que já não acontece com os «direitos adquiridos» da classe de explorados a que a maioria deles pertence.
Estribado nesta absurda realidade, que Einstein explicou divinalmente, o PSD prepara-se para rapar o fundo ao tacho. Parte do Subsídio de Natal já lá vai. Levado na onda anestésica de um novo ciclo eleitoral (no «agora é que vai ser!») e no enorme suspiro de alívio que foi correr com Sócrates, o pagode vai ser sugado sem dó nem piedade, na crença vã – e estúpida – de que vem aí algo de novo e de melhor.
Daqui a quatro anos estarão a votar em Assis ou Seguro. Mais pobres, mais pindéricos, mas cheios de esperança.
Perante um eleitorado incapaz de discernir de acordo com a realidade – ou seja: quem (que pessoas e partidos) conduziu o país à situação em que se encontra, que políticas conduziram ao desastre – e, consequentemente, exigir soluções que invertam essa situação, cerca de 70% dos que ainda votam fazem-no por dois motivos fundamentais: apoiar o partido dos seus afectos, ao qual tudo justificam e aplaudem; derrotar o seu principal opositor, ao qual tudo condenam, mesmo que sejam as práticas políticas – e respectivos resultados – que suportam e justificam no seu.
Em consequência desta absoluta imbecilidade, a vida da maioria dos portugueses, incluindo os tais 70% de eleitores masoquistas, tem vindo a transformar-se num inferno. Paralelamente – e de forma absolutamente perversa e cínica – o poder instalado, pelas vozes e penas de que dispõe em toda a comunicação social, que lhe pertence ou domina, esforça-se por difundir a ideia de que a situação actual do país resulta precisamente do facto de a maioria dos portugueses viver acima das suas posses. Terem muitos «direitos adquiridos». Tenta-se, assim, convencer a população a aceitar, passivamente e de bom grado, os cada vez maiores sacrifícios que lhes são impostos e, principalmente, que não perceba que a resolução da crise não é mais que um mero processo de transferência dos cêntimos que possam existir nos bolsos de milhões de pessoas para as carteiras, contas, cofres e “offshores” de quem domina, de facto, o país: os detentores do poder económico nacional e multinacional.
Como se sabe – alguns fingem que não sabem, e nem gostam que se fale nisso –, Portugal é um paradigma das desigualdades sociais, dos baixos salários e pensões, da pior repartição da riqueza, das piores prestações sociais, do menor peso dos encargos com salários nos custos de produção, enfim, um país onde a miséria alastra de forma assustadora. Mas é um país onde os «direitos adquiridos» das elites fazem inveja aos seus pares por essa Europa fora, ou mesmo ao presidente Obama e ao responsável pela Reserva Federal Norte-Americana. Enfim, algo com que os 70% que votam PS e PSD convivem muito bem, coisa que já não acontece com os «direitos adquiridos» da classe de explorados a que a maioria deles pertence.
Estribado nesta absurda realidade, que Einstein explicou divinalmente, o PSD prepara-se para rapar o fundo ao tacho. Parte do Subsídio de Natal já lá vai. Levado na onda anestésica de um novo ciclo eleitoral (no «agora é que vai ser!») e no enorme suspiro de alívio que foi correr com Sócrates, o pagode vai ser sugado sem dó nem piedade, na crença vã – e estúpida – de que vem aí algo de novo e de melhor.
Daqui a quatro anos estarão a votar em Assis ou Seguro. Mais pobres, mais pindéricos, mas cheios de esperança.
(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía .
2 comentários:
Era bom que passassem pela Rua Sá de Miranda, Torre da Marinha, da parte da tarde ou noite e vissem a PSP nada fazer e o silêncio da CM do Seixal, perante as queixas dos moradores de constante tráfico de droga junto a um parque infantil... será pq esse sítio servirá a muitos?? O pior são os filhos de algumas personalidades da vida politica local irem lá adquirir ..... coisas!! Anda muito paizinho cego!! Mas com o movimento jovem do comunismo é favorável à despenalização toral do consumo... vai td bem!!
Morei vários anos aí ( traseiras da casa davam para o jardim junto à piscina ) e acabei por desistir de remar contra a maré.
Para poder dormir tinha de chamar a polícia para correr com os grupos que se reuniam até quase de manhã nos bancos do jardim a fazerem barulho e por vezes até zaragatas uns com os outros.
Mal a polícia ia embora ( e era quando aparecia! ) eles voltavam a fazer toda a bagunça de novo.
Perdi a paciência e mudei de rua.
Agora aturo os que se juntam até altas horas da madrugada na rua do pavilhão desportivo perto da mercearia.
Não há solução...( haver, havia mas tinhamos de voltar quase ao tempo de Salazar).
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