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Se as pessoas deixarem de pagar aos bancos o que lhes devem, os bancos irão à falência. Mas se ninguém precisar de pedir dinheiro aos bancos, de igual modo todos os bancos faliriam. Assim, o interesse dos bancos é tanto serem reembolsados dos empréstimos que fazem, acrescido dos respectivos juros, como nunca serem confrontados com a independência económica da população e das empresas.
No entanto, viver sem dívidas é a ambição de qualquer pessoa, de qualquer família, de qualquer empresa. Ter rendimentos para viver com dignidade – o que significa, no mínimo, suportar as despesas de alimentação, saúde, educação, habitação e as inerentes ao seu desenvolvimento cultural – é um desígnio de cada cidadão, o qual, para além de estar contemplado na Constituição da República Portuguesa, está inscrito na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mas tal, naturalmente, contraria os interesses dos banqueiros. Eles precisam que se recorra ao crédito, porque é daí que advém a constituição dos seus enormes lucros. Porque assim querem, a satisfação dos nossos direitos humanos só pode ser conseguida através do endividamento, e nunca de salários suficientes. Justos.
Chegados aqui, já percebemos que, para eles, os banqueiros, o fundamental é que as famílias e as empresas nunca tenham tanto que possam viver sem o recurso ao crédito, nem tão pouco que não possam pagar os seus empréstimos. No fundo, são eles que determinam, através do poder político – que ou é da sua confiança, ou não pode ser poder – o que podemos, nós, os cidadãos comuns e as pequenas e médias empresas, ganhar. É disto que se fala quando se fala em Capital Financeiro, Poder Económico ou, mais simplesmente, Capitalismo. São os banqueiros que, de facto, comandam as nossas vidas.
O que se passa com as pessoas e as empresas, passa-se com os países. Mas enquanto, a nível da banca nacional, nós ainda sabemos o nome dos bancos e dos seus principais accionistas e administradores, a nível planetário a coisa fia mais fino. Quem são os homens que emprestam dinheiro aos estados? Como conseguiram a sua enorme riqueza e, consequentemente, o seu enorme poder? Como podem dispor de capitais tão astronómicos sem que se lhes conheça qualquer actividade produtiva que minimamente o justifique? Fala-se que esta agiotagem tem por detrás diamantes, petróleo, armas, droga, mas tudo está envolto numa enorme e quase fantasmagórica penumbra. Como se chamam? Quais os seus rostos? Onde moram? Onde passam férias? Têm filhos? Netos? Posso não saber responder a estas perguntas, mas sei que a última coisa que eles desejam é que Portugal deixe de contrair dívidas. É das nossas dívidas que eles se alimentam. É através delas que o seu dinheiro se lava e se reproduz.
Por cá, os nossos políticos, que são lacaios fiéis dos banqueiros, limitam-se a obedecer-lhes sem contestação. Em paga, têm o futuro garantido. A maioria está confortavelmente instalada na vida, enriquecida à custa da actividade política, facto que nem os tachos em administrações de empresas públicas ou privadas chega para justificar. Sem exercerem profissão digna desse nome, auferem vários vencimentos, várias reformas, e são senhores de muito património e enormes contas bancárias, muitas delas em offshores. Quanto destes pecúlios resultaram de luvas, percentagens e comissões? As tais caixinhas de robalos, como dizia o outro?
Seria bom sabermos o nome desta cáfila toda. Para já, sabemos que são os Miguéis de Vasconcelos do nosso tempo.
Reles traidores.
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No entanto, viver sem dívidas é a ambição de qualquer pessoa, de qualquer família, de qualquer empresa. Ter rendimentos para viver com dignidade – o que significa, no mínimo, suportar as despesas de alimentação, saúde, educação, habitação e as inerentes ao seu desenvolvimento cultural – é um desígnio de cada cidadão, o qual, para além de estar contemplado na Constituição da República Portuguesa, está inscrito na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mas tal, naturalmente, contraria os interesses dos banqueiros. Eles precisam que se recorra ao crédito, porque é daí que advém a constituição dos seus enormes lucros. Porque assim querem, a satisfação dos nossos direitos humanos só pode ser conseguida através do endividamento, e nunca de salários suficientes. Justos.
Chegados aqui, já percebemos que, para eles, os banqueiros, o fundamental é que as famílias e as empresas nunca tenham tanto que possam viver sem o recurso ao crédito, nem tão pouco que não possam pagar os seus empréstimos. No fundo, são eles que determinam, através do poder político – que ou é da sua confiança, ou não pode ser poder – o que podemos, nós, os cidadãos comuns e as pequenas e médias empresas, ganhar. É disto que se fala quando se fala em Capital Financeiro, Poder Económico ou, mais simplesmente, Capitalismo. São os banqueiros que, de facto, comandam as nossas vidas.
O que se passa com as pessoas e as empresas, passa-se com os países. Mas enquanto, a nível da banca nacional, nós ainda sabemos o nome dos bancos e dos seus principais accionistas e administradores, a nível planetário a coisa fia mais fino. Quem são os homens que emprestam dinheiro aos estados? Como conseguiram a sua enorme riqueza e, consequentemente, o seu enorme poder? Como podem dispor de capitais tão astronómicos sem que se lhes conheça qualquer actividade produtiva que minimamente o justifique? Fala-se que esta agiotagem tem por detrás diamantes, petróleo, armas, droga, mas tudo está envolto numa enorme e quase fantasmagórica penumbra. Como se chamam? Quais os seus rostos? Onde moram? Onde passam férias? Têm filhos? Netos? Posso não saber responder a estas perguntas, mas sei que a última coisa que eles desejam é que Portugal deixe de contrair dívidas. É das nossas dívidas que eles se alimentam. É através delas que o seu dinheiro se lava e se reproduz.
Por cá, os nossos políticos, que são lacaios fiéis dos banqueiros, limitam-se a obedecer-lhes sem contestação. Em paga, têm o futuro garantido. A maioria está confortavelmente instalada na vida, enriquecida à custa da actividade política, facto que nem os tachos em administrações de empresas públicas ou privadas chega para justificar. Sem exercerem profissão digna desse nome, auferem vários vencimentos, várias reformas, e são senhores de muito património e enormes contas bancárias, muitas delas em offshores. Quanto destes pecúlios resultaram de luvas, percentagens e comissões? As tais caixinhas de robalos, como dizia o outro?
Seria bom sabermos o nome desta cáfila toda. Para já, sabemos que são os Miguéis de Vasconcelos do nosso tempo.
Reles traidores.
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Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 27/10/2010.
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