O truão não tem emenda. Também quem a teria, se tivesse 33% das intenções de voto? Faz ele muito bem. E não me venham dizer que esses 33% são todos da rapaziada dos tachos, dos jobs. Não são. Eles são muitos, mas não são tantos. O povo português é que é mesmo estúpido. É burro que nem uma porta. Na Europa, talvez só o italiano se lhe compare. Mas é o que temos, não é?
O truão chegou ao congresso e declarou que a culpa da crise e do pedido de ajuda externa não é dele, nem do PS. Pois não. É da oposição. Afinal, o PS, nos últimos 16 anos, só governou 13. Nos últimos 6 anos, o PS, com Sócrates, só governou 6! É pouco, mesmo tendo em atenção que 4 deles foram com maioria absoluta. O que é que um génio pode fazer nestas condições? Nada, não é? Depois de 3 PEC’s e um OGE que não resolveram a crise – por culpa da oposição, claro – o iluminado inventou mais um PEC – o quarto – que esse, sim, é que era. Mas a malvada da oposição não percebeu a maravilha milagrosa que ali estava, e pumba! Não se faz.
O truão chegou ao congresso e declarou que a culpa da crise e do pedido de ajuda externa não é dele, nem do PS. Pois não. É da oposição. Afinal, o PS, nos últimos 16 anos, só governou 13. Nos últimos 6 anos, o PS, com Sócrates, só governou 6! É pouco, mesmo tendo em atenção que 4 deles foram com maioria absoluta. O que é que um génio pode fazer nestas condições? Nada, não é? Depois de 3 PEC’s e um OGE que não resolveram a crise – por culpa da oposição, claro – o iluminado inventou mais um PEC – o quarto – que esse, sim, é que era. Mas a malvada da oposição não percebeu a maravilha milagrosa que ali estava, e pumba! Não se faz.
Quem topa bem o truão, é D. Manuel Martins, antigo bispo de Setúbal. Disse ele, numa entrevista à Antena 1:
«Vejo esta crise com muita apreensão, com muito desgosto, com alguma vergonha. Estou convicto que esta crise era evitável se à frente do país estivessem pessoas competentes, isentas, pessoas que não se considerassem responsáveis por clubes, mas que se considerassem responsáveis por todo um povo, cuja sorte depende muito deles. E eu fico muito irritado quando, por parte desses senhores, que nós escolhemos e a quem pagamos generosamente, vejo justificar que esta crise impensável por que estamos a passar, é resultante de uma crise mundial. Há pontas de verdade nesta justificação. Esta crise, embora agravada por situações internacionais, é uma crise que já podia ter sido debelado por nós há muito tempo, se nós não andássemos a estragar o dinheiro que precisávamos para o pão de cada dia», acrescentando que o povo português, que estava numa situação de desgosto, de medo, de gente perdida, está agora a deixar criar dentro de si um sentimento de raiva muito perigoso.
Para D. Manuel Martins, «estas situações, da maneira como estão a ser agravadas e, sobretudo, da maneira como estão a ser mal resolvidas, podem ser focos muito perigosos de um incêndio que em qualquer momento pode surgir e conduzir a uma confrontação e a uma desobediência civil generalizadas».
Sem papas na língua, continuou: «Mete-me uma raiva especial quando vejo o governo a justificar as suas políticas e as suas preocupações de manter e conservar e valorizar o estado social do país. Pois se há alguém que esteja a destruir o estado social do país, é o governo, com o que se passa a nível da saúde, a nível da educação, a nível da vida das famílias, dos impostos, dos remédios, mas que tem só atingido as pessoas menos capazes, enfim as pessoas que andam no chão, as pessoas que estão cada vez com mais dificuldades em viverem o dia-a-dia, precisamente por causa destas medidas do governo».
Depois, D. Manuel Martins ainda quis tocar numa das maiores chagas da governação socialista. «A política é uma arte nobre, mas o que nós vemos é a política depois incarnada em determinadas pessoas, cujo interesse é promoverem-se, e promoverem os parentes, e os amigos, e os parentes dos parentes, e os parentes dos amigos».
Caramba! Depois disto, se eu fosse socialista e tivesse um pingo de inteligência e vergonha na cara, nunca mais queria ouvir falar em Sócrates nem no Partido Socialista.
(João Carlos Pereira)
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