quarta-feira, 24 de junho de 2009

DO LOBO MAU AO CORDEIRINHO BOM


Se ele fosse um garoto, eu até compreendia a coisa. Mas ele é um homem em idade madura que, ainda por cima, anda na vida política há vários anos. E é licenciado em engenharia, a fazer fé no que consta no diploma que a Universidade Independente lhe passou, era uma vez num certo domingo… Enfim, por muito lerda que uma pessoa seja, há barreiras que nunca pode atravessar, sob pena de cair no ridículo. Por isso, há por aí quem diga que das duas uma: ou ele teve um AVC na sequência do desaire eleitoral do dia 7 de Junho; ou, então, a sua idade cerebral anda aí pelos três quatro aninhos, não mais do que isso, coisa que só agora se revelou.

Mas também é certo que as trapalhadas em que um tipo se mete ao longo da vida – e que, mais tarde ou mais cedo, desabam sobre a sua cabeça – a par das vicissitudes próprias da política e da ocupação do poder, podem, a certa altura, dar-lhe a volta ao miolo, descompensá-lo, infantilizá-lo, retirá-lo da realidade. E se isso acontece e não se tomam os comprimidos certos, as consequências podem ser desastrosas e irreversíveis.

Haveria ainda, é certo, a hipótese de se tratar de um doente bipolar, não fosse tão longo o período em que um dos aspectos do seu humor ocultou o outro, nada mais, nada menos do que quatro longuíssimos anos. Normalmente, o estado eufórico alterna frequentemente com uma fase depressiva, de inibição. Ora, perante esse grande período contínuo de euforia, de agressividade, de incontinência verbal, de uma obsessão maníaca à volta do seu ego, é de crer que não se tratará desse transtorno das células nervosas, mas de outro, designado por egocentrismo. Ou seja: salvo melhor opinião, ele não será um doente maníaco-depressivo, mas será, com certeza, um egocêntrico feroz. Ora, sabendo nós que o egocentrismo é a característica que define as personalidades que consideram que todo o mundo e todas as pessoas giram ao seu redor, sabemos também que, por exemplo, a criança com cerca de 3 anos passa pelo período chamado teimoso, pois ainda não compreende que faz parte de uma sociedade, imaginando-se o centro do mundo. Mas o que aconteceu ao egocêntrico para, de súbito, parecer curado? A criança, cresce. E o adulto?

Seja como for, o lobo mau que apareceu por aí em 2005, uivando e mostrando a dentuça arreganhada até ao dia 6 de Junho de 2009, transformou-se, no dia a seguir, num manso cordeirinho branco, dócil, de suaves balidos, incapaz de comer até as mais tenras ervinhas.

Porque me sinto emaranhado num mar de dúvidas – e não encontro nenhuma explicação fácil para esta súbita e radical mudança de personalidade – pergunto-me quem é, afinal, o verdadeiro Sócrates? O político arrogante, vaidoso e autoritário que pôs os portugueses a comer o pão que o diabo amassou, ou o delicodoce anjinho que estende a mão à palmatória, vestindo o hábito do mais humilde dos franciscanos?

E se eu me deixasse desta conversa fiada e pusesse a questão em termos mais vulgares? Exactamente assim: Sócrates é um imbecil, ou pensa – e ele lá saberá com que razões – que está a lidar com cerca de 10 milhões de imbecis? Que me desculpem os ouvintes ou os leitores mais sensíveis, mas a manobra é tão rasca, tão tosca, tão infantil, tão ridícula e tão evidente, que não consigo pôr a questão de modo mais generoso. De facto, só alguém completamente desfocado da realidade, e que perdeu por completo a noção do ridículo, é que se atreve, do dia para a noite, a interpretar a farsa do político humilde, dialogante, gentil, paciente e tolerante, exactamente o contrário do que demonstrou ser durante quatro anos.

Perante tão espantosa manifestação de infantilidade, condição que faltava acrescentar ao interessante currículo da personalidade de Sócrates, a comunicação social não pôde deixar de, praticamente em coro, glosar a impostura. Uma das estações televisivas, não me lembro qual, entremeou trechos das suas diversas intervenções antes e depois do 7 de Junho. Garanto-vos que foram os momentos mais grotescos – e, simultaneamente, mais cómicos – a que assisti nos últimos tempos. Outro exemplo. Um colunista do Correio da Manhã, João Coutinho, escreveu o seguinte:

«José Sócrates enfrenta o dilema clássico: ser ou não ser, eis a questão. Deve o primeiro-ministro continuar a trilhar o caminho da arrogância e do autoritarismo? Ou deve moderar a sua encantadora personalidade e apresentar-se ao País como a Madre Teresa do Largo do Rato?

Em entrevista à SIC, Sócrates já respondeu. Se a ideia é reconquistar a maioria, Sócrates não se importa de vender uma humildade que comove. Acontece que a estratégia tem dois problemas: com férias pelo meio, será difícil a Sócrates apagar em dois meses o que andou a cultivar durante quatro anos. E, adicionalmente, os portugueses não parecem dispostos a comprar a encenação, que obviamente fede a hipocrisia.

Ao pretender ser o que não é, Sócrates arrisca-se a parecer o que não pode: um oportunista que muda de pele ao sabor das circunstâncias.»


E fica tudo dito sobre este político socialista, da esquerda moderna, que os portugueses, para desgraça sua, um dia puseram a governar o país. Esta ridícula e – insisto em frisar – infantil tentativa de vestir a pele do manso cordeiro, só mostra, com absoluta e inquestionável clareza, que tanto o carácter como o temperamento de José Sócrates estão vazios daquilo que define um verdadeiro HOMEM.

E foi assim que as eleições europeias, para além dos estimulantes resultados que tiveram, nos deram a descobrir, como bónus, esta faceta oculta da personalidade de Sócrates: um sacripanta que a si próprio se renega, seja por ambição, seja por cobardia, seja pelas duas coisas simultaneamente.

E se pelo mal que nos fez em quatro anos de governação já havia fartos motivos para o rejeitarmos, ele acaba de nos dar o derradeiro: o de ser devidamente desprezado.

A menos que queiramos ser nós os imbecis desta história.

(João Carlos Pereira)

...
Lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 24/06/2009.
(Não deixe de ouvir em 98.7 Mhz e participar pelos telefones 212277046 ou 212277047 todas as quartas-feiras entre as 09H00 e as 10H00).

4 comentários:

Celino disse...

Mas alguém tem dúvidas?

Ele sempre vestiu a pele de cordeiro quando lhe convinha.

É sempre bom relembrar:

- a assinatura de projectos alheios
- a aprovações de projectos na hora
- os projecto da Cova da beira
- a co-incineração
- a alteração da ficha na A.R.
- o diploma de engenheiro
- o fumar em aviões
- a casinha da Braamcamp
- o freeport

e tantos outros em que ele directa ou indirectamente teve influência, vindo sempre - qual dama ofendida - a refutar as evidências com o ar mais cândido deste mundo.

Agora até um seu ex-chefe de gabinete foi constituído arguido no caso Freeport.

Ele nada tem a ver com isto.

São sempre os outros.

Só que os outros giram todos à sua volta.

Coincidências...

Anónimo disse...

Estou a ouvir no canal 2 o cordeirinho e ele agora diz que não prometeu 150.000 novos postos de trabalho: afirma que isso era só um objectivo e que a crise internacional é que teve a culpa.
PALHAÇO! ALDRABÃO!

Rucas disse...

TU TI TU TU TU TU

Na sua recente visita aos Estados Unidos, José Sócrates e respectiva comitiva, hospedaram-se num luxuoso hotel.

Ao fim da tarde José Sócrates pega no telefone, liga ao serviço de quartos e diz:

- TU TI TU TU TU TU.

A funcionária não compreende o que quer dizer José Sócrates e, pensando que se trata de uma mensagem cifrada, avisa o FBI.

Num ápice, apresentam-se dois agentes do FBI que, postos ao corrente de tudo, mas não conseguindo decifrar a mensagem, decidem chamar a CIA.

Os serviços secretos mandam dois agentes ao hotel, os quais começam logo a investigar e a tentar decifrar a mensagem, mas sem qualquer resultado.

Entretanto, José Sócrates volta a telefonar e todos o ouvem repetir:

- TU TI TU TU TU TU.

Desesperados, os agentes resolvem recorrer ao tradutor oficial da Embaixada dos EUA em Portugal.

Um caça supersónico do Pentágono desloca-se ao aeroporto de Figo Maduro, e o tradutor é conduzido, sem mais delongas, aos Estados Unidos.

Chegado ao hotel e posto ao corrente da situação, o tradutor disfarça-se de criado, vai aos aposentos de José Sócrates e ....... descobre o mistério:


O Primeiro-ministro português queria dizer, no seu inglês técnico (da Universidade Independente):

- TWO TEA TO 222 !!!

Vanda Maio disse...

Infelizmente, haverá muito português a acreditar neste novo Socrates.

Classifico o Sr. Eng. (se é que se pode chamar assim) de um mentiroso compulsivo. Nestes últimos 4 anos só tenho ouvido nada mais, nada menos que mentiras.

As últimas eleições mostraram que, alguns portugueses, não caem em mais mentiras, mas ainda falta a muitos perceber isso.

Se este senhor tivesse vergonha (que não a tem), retirava-se discretamente para o seu mundinho futil.