
Mas também é certo que as trapalhadas em que um tipo se mete ao longo da vida – e que, mais tarde ou mais cedo, desabam sobre a sua cabeça – a par das vicissitudes próprias da política e da ocupação do poder, podem, a certa altura, dar-lhe a volta ao miolo, descompensá-lo, infantilizá-lo, retirá-lo da realidade. E se isso acontece e não se tomam os comprimidos certos, as consequências podem ser desastrosas e irreversíveis.
Haveria ainda, é certo, a hipótese de se tratar de um doente bipolar, não fosse tão longo o período em que um dos aspectos do seu humor ocultou o outro, nada mais, nada menos do que quatro longuíssimos anos. Normalmente, o estado eufórico alterna frequentemente com uma fase depressiva, de inibição. Ora, perante esse grande período contínuo de euforia, de agressividade, de incontinência verbal, de uma obsessão maníaca à volta do seu ego, é de crer que não se tratará desse transtorno das células nervosas, mas de outro, designado por egocentrismo. Ou seja: salvo melhor opinião, ele não será um doente maníaco-depressivo, mas será, com certeza, um egocêntrico feroz. Ora, sabendo nós que o egocentrismo é a característica que define as personalidades que consideram que todo o mundo e todas as pessoas giram ao seu redor, sabemos também que, por exemplo, a criança com cerca de 3 anos passa pelo período chamado teimoso, pois ainda não compreende que faz parte de uma sociedade, imaginando-se o centro do mundo. Mas o que aconteceu ao egocêntrico para, de súbito, parecer curado? A criança, cresce. E o adulto?
Seja como for, o lobo mau que apareceu por aí em 2005, uivando e mostrando a dentuça arreganhada até ao dia 6 de Junho de 2009, transformou-se, no dia a seguir, num manso cordeirinho branco, dócil, de suaves balidos, incapaz de comer até as mais tenras ervinhas.
Porque me sinto emaranhado num mar de dúvidas – e não encontro nenhuma explicação fácil para esta súbita e radical mudança de personalidade – pergunto-me quem é, afinal, o verdadeiro Sócrates? O político arrogante, vaidoso e autoritário que pôs os portugueses a comer o pão que o diabo amassou, ou o delicodoce anjinho que estende a mão à palmatória, vestindo o hábito do mais humilde dos franciscanos?
E se eu me deixasse desta conversa fiada e pusesse a questão em termos mais vulgares? Exactamente assim: Sócrates é um imbecil, ou pensa – e ele lá saberá com que razões – que está a lidar com cerca de 10 milhões de imbecis? Que me desculpem os ouvintes ou os leitores mais sensíveis, mas a manobra é tão rasca, tão tosca, tão infantil, tão ridícula e tão evidente, que não consigo pôr a questão de modo mais generoso. De facto, só alguém completamente desfocado da realidade, e que perdeu por completo a noção do ridículo, é que se atreve, do dia para a noite, a interpretar a farsa do político humilde, dialogante, gentil, paciente e tolerante, exactamente o contrário do que demonstrou ser durante quatro anos.
Perante tão espantosa manifestação de infantilidade, condição que faltava acrescentar ao interessante currículo da personalidade de Sócrates, a comunicação social não pôde deixar de, praticamente em coro, glosar a impostura. Uma das estações televisivas, não me lembro qual, entremeou trechos das suas diversas intervenções antes e depois do 7 de Junho. Garanto-vos que foram os momentos mais grotescos – e, simultaneamente, mais cómicos – a que assisti nos últimos tempos. Outro exemplo. Um colunista do Correio da Manhã, João Coutinho, escreveu o seguinte:
«José Sócrates enfrenta o dilema clássico: ser ou não ser, eis a questão. Deve o primeiro-ministro continuar a trilhar o caminho da arrogância e do autoritarismo? Ou deve moderar a sua encantadora personalidade e apresentar-se ao País como a Madre Teresa do Largo do Rato?
Em entrevista à SIC, Sócrates já respondeu. Se a ideia é reconquistar a maioria, Sócrates não se importa de vender uma humildade que comove. Acontece que a estratégia tem dois problemas: com férias pelo meio, será difícil a Sócrates apagar em dois meses o que andou a cultivar durante quatro anos. E, adicionalmente, os portugueses não parecem dispostos a comprar a encenação, que obviamente fede a hipocrisia.
Ao pretender ser o que não é, Sócrates arrisca-se a parecer o que não pode: um oportunista que muda de pele ao sabor das circunstâncias.»
E fica tudo dito sobre este político socialista, da esquerda moderna, que os portugueses, para desgraça sua, um dia puseram a governar o país. Esta ridícula e – insisto em frisar – infantil tentativa de vestir a pele do manso cordeiro, só mostra, com absoluta e inquestionável clareza, que tanto o carácter como o temperamento de José Sócrates estão vazios daquilo que define um verdadeiro HOMEM.
E foi assim que as eleições europeias, para além dos estimulantes resultados que tiveram, nos deram a descobrir, como bónus, esta faceta oculta da personalidade de Sócrates: um sacripanta que a si próprio se renega, seja por ambição, seja por cobardia, seja pelas duas coisas simultaneamente.
E se pelo mal que nos fez em quatro anos de governação já havia fartos motivos para o rejeitarmos, ele acaba de nos dar o derradeiro: o de ser devidamente desprezado.
A menos que queiramos ser nós os imbecis desta história.

(João Carlos Pereira)
...
Lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 24/06/2009.
(Não deixe de ouvir em 98.7 Mhz e participar pelos telefones 212277046 ou 212277047 todas as quartas-feiras entre as 09H00 e as 10H00).
4 comentários:
Mas alguém tem dúvidas?
Ele sempre vestiu a pele de cordeiro quando lhe convinha.
É sempre bom relembrar:
- a assinatura de projectos alheios
- a aprovações de projectos na hora
- os projecto da Cova da beira
- a co-incineração
- a alteração da ficha na A.R.
- o diploma de engenheiro
- o fumar em aviões
- a casinha da Braamcamp
- o freeport
e tantos outros em que ele directa ou indirectamente teve influência, vindo sempre - qual dama ofendida - a refutar as evidências com o ar mais cândido deste mundo.
Agora até um seu ex-chefe de gabinete foi constituído arguido no caso Freeport.
Ele nada tem a ver com isto.
São sempre os outros.
Só que os outros giram todos à sua volta.
Coincidências...
Estou a ouvir no canal 2 o cordeirinho e ele agora diz que não prometeu 150.000 novos postos de trabalho: afirma que isso era só um objectivo e que a crise internacional é que teve a culpa.
PALHAÇO! ALDRABÃO!
TU TI TU TU TU TU
Na sua recente visita aos Estados Unidos, José Sócrates e respectiva comitiva, hospedaram-se num luxuoso hotel.
Ao fim da tarde José Sócrates pega no telefone, liga ao serviço de quartos e diz:
- TU TI TU TU TU TU.
A funcionária não compreende o que quer dizer José Sócrates e, pensando que se trata de uma mensagem cifrada, avisa o FBI.
Num ápice, apresentam-se dois agentes do FBI que, postos ao corrente de tudo, mas não conseguindo decifrar a mensagem, decidem chamar a CIA.
Os serviços secretos mandam dois agentes ao hotel, os quais começam logo a investigar e a tentar decifrar a mensagem, mas sem qualquer resultado.
Entretanto, José Sócrates volta a telefonar e todos o ouvem repetir:
- TU TI TU TU TU TU.
Desesperados, os agentes resolvem recorrer ao tradutor oficial da Embaixada dos EUA em Portugal.
Um caça supersónico do Pentágono desloca-se ao aeroporto de Figo Maduro, e o tradutor é conduzido, sem mais delongas, aos Estados Unidos.
Chegado ao hotel e posto ao corrente da situação, o tradutor disfarça-se de criado, vai aos aposentos de José Sócrates e ....... descobre o mistério:
O Primeiro-ministro português queria dizer, no seu inglês técnico (da Universidade Independente):
- TWO TEA TO 222 !!!
Infelizmente, haverá muito português a acreditar neste novo Socrates.
Classifico o Sr. Eng. (se é que se pode chamar assim) de um mentiroso compulsivo. Nestes últimos 4 anos só tenho ouvido nada mais, nada menos que mentiras.
As últimas eleições mostraram que, alguns portugueses, não caem em mais mentiras, mas ainda falta a muitos perceber isso.
Se este senhor tivesse vergonha (que não a tem), retirava-se discretamente para o seu mundinho futil.
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