

Tenho dito – e não me canso de repetir: os debates na AR são uma orgia obscena. Há mais decoro em qualquer casa dita de má fama. E há mais dignidade no abrir de pernas de uma rameira, que no abrir da boca dos ilustres deputados ou governantes, quando representam as suas rábulas no hemiciclo. A rameira não engana ninguém, e o que recebe é por ter vendido o que é seu. Os deputados e os governantes enganam 10 milhões de pessoas, que os elegeram – e até lhes pagam bem – para que resolvam os problemas nacionais. Em vez disso, suas excelências ocuparam mais de três décadas a arruinar o país e a espalhar a miséria entre a população. Mentira?

No entanto, chamam àquilo a Casa da Democracia. Talvez seja porque, com democracia e democratas destes, dispensam-se as ditaduras e os respectivos ditadores. Na realidade, o país esvai-se, mas o senhor engenheiro ri-se e aproveita para fazer chacota. Nas diversas bancadas, a galhofa é uma forma de estar e de intervir. O povo português só está ali porque paga o regabofe e porque é para ele – para o iludir – que os senhores deputados e membros do governo representam os seus ignóbeis papéis. No resto, se o Parlamento representa alguém – se trabalha para alguém – é para aqueles que, nos últimos 36 anos, abocanharam a banca, os seguros, as grandes empresas de telecomunicações e de energia, as minas, os transportes e, de uma maneira geral, todos os sectores chaves da nossa economia. Esses enriqueceram. O país e o povo esvaíram-se. Mentira?
Mas Sócrates vai ao Parlamento e ri-se muito. Goza à esquerda e à direita, como histrião arrogante e impostor que é. A fome e o desemprego que por aí alastram, não são – nem por sombras – da sua responsabilidade. Por isso, zomba e chuta para canto. Idosos morrem abandonados – houve quem assassinasse a compan

Os doentes mentais crónicos passam a pagar fortunas pelos medicamentos que vão tomar toda a vida, o que vai levar ao agravamento da sua doença e a desfechos trágicos? É para o lado que ele dorme melhor. Continua a rir, feliz da vida, e a sacudir a água do capote. De norte a sul do país fecham-se serviços de saúde, reduzem-se meios de socorro e limita-se o acesso a cuidados médicos e medicamentosos? Mas o que o preocupa é estar naquela tribuna, bem vestido e engravatado, a meter a oposição no chinelo da sua pr

O senhor engenheiro ri-se, indiferente à desgraça que por aí vai – e àquelas que aí vêm. Os senhores deputados, na sua esmagadora maioria acolitam o desempenho.
O país morre. O povo agoniza. O Parlamento finge que o é. E Sócrates, obscenamente, vai-se rindo. Vai-se rindo. Vai-se rindo.
(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 02/03/2011.
3 comentários:
Tal como o Sócrates o Kadafi também se ri e diz que o povo está com ele.
Todos os loucos riem muito, e Socrates faz parte do lote de doidos que jamais deveriam ter saido do manicomio...
O senhor Sousa (vulgo, Sócrates), é de esquerda, democrata, socialista, honradíssimo e, principalmente, engenheiro.
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