quarta-feira, 6 de abril de 2011

CRIME, DIGO EU


Com os títulos da dívida pública portuguesa a serem classificados, praticamente, como lixo, os bancos nacionais que os compraram não podem dá-los como garantia de crédito, junto do Banco Central Europeu, para conseguirem novos financiamentos. Com os portugueses de tanga – ou já sem ela – e, por isso, sem dinheirinho para a bucha, quanto mais para depositar nos bancos, a banca portuguesa vai deixar de poder continuar a comprar títulos do Estado, depois da banca estrangeira também ter fechado a torneira.

Pouco a pouco, os portugueses vão percebendo o enorme buraco que aí está. No Metro do Porto, já se admite não pagar salários no final do mês de Abril. Por todo o lado faltam verbas para as necessidades mais básicas. O país produz cada vez menos, vítima da integração na maravilhosa Europa dos ricos. Sob a regência do senhor engenheiro, temos vindo, alegremente, a contrair dívidas para pagar dívidas anteriores e respectivos juros. Para que se veja a qualidade dos patifes que gerem as finanças nacionais, recordo-lhes que esse penedo que passa por ministro das Finanças, garantia, há tempos, que seria obrigado a pedir ajuda internacional no dia em que os juros que pagamos passassem dos 7%. Já bateram nos 9%. E ele continua por aí, de braço dado com o engenheiro-chefe, a atirar o país para o mais fundo dos abismos.

Outra coisa que se ficou a saber – os que ainda não sabiam – é que o governo viciou as contas, enganou conscientemente, com dados falsos, o povo português e, com requintes de descaramento – uma das especialidades de Sócrates –, até aos burocratas de Bruxelas tentou enfiar o barrete. Os défices anteriores nada têm a ver com a realidade. Isto é: não estamos perante puros incompetentes chapados. Estamos perante vigaristas puros. Criminosos. Delinquentes. Gostaria de saber o que pensam disto – se é que pensam alguma coisa – os fiéis do senhor engenheiro.


O país, agredido por este bando contumaz de salafrários, está moribundo. Agoniza. Para que não morra, o povo vai ser chamado a escolher, pelo voto, os seus salvadores. Pelo que se ouve e lê, a escolha vai recair naqueles que o estão a matar. Brilhante! Gostava de saber se um eleitor socialista – ou social-democrata – ficasse entre a vida e a morte por ter sido mal avaliado – e pior tratado – por um médico, a ele voltaria para que o curasse. Se fosse completamente louco – ou muito estúpido – acredito que sim.

Mas o povo português é manso e lerdo. E louco. O engenheiro garante que está inocente neste descalabro, e que só ele sabe como salvar o país. E os fiéis socialistas acreditam. O PSD garante que nada tem a ver com a crise, mas que tem, agora, a receita para os nossos males. E os fiéis do PSD acreditam. E se eu perguntar a esses portugueses: se aqueles que nos têm governado – PS, PSD e CDS/PP – não são culpados desta situação, então, quem é? E se têm, agora, as receitas para a doença, porque não as aplicaram antes? Porque fugiu Guterres? E Durão? E porque forçou Sócrates a sua saída?

Não sabem responder. Só sabem votar, com os resultados que estão à vista.

Meus senhores. Tanta estupidez também é crime.



(João Carlos Pereira)


Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 06/04/2011.


1 comentário:

Anónimo disse...

Navegavam há meses e os marujos não tomavam banho nem trocavam de roupa. O que não era novidade na Marinha Mercante britânica, mas o navio fedia!
O Capitão chama o Imediato:
- Mr. Simpson, o navio fede, mande os homens trocarem de roupa!
Responde o Imediato:
- Aye, Aye, Sir, e parte para reunir os seus homens e diz:
- Sailors, o Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa.
- David troque a camisa com John, John troque a sua com Peter, Peter troque a sua com Alfred, Alfred troque a sua com Jonathan .. e assim prosseguiu.
Quando todos tinham feito as devidas trocas, volta ao Capitão e diz:
- Sir, todos já trocaram de roupa.
O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.


É MAIS OU MENOS ISSO QUE VAI ACONTECER EM PORTUGAL
NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.