Acabei de aterrar em Portugal, país que, segundo ouvi, integra uma comunidade europeia com 27 países, entre os quais a nata da civilização ocidental, de inspiração judaico-cristã e, sem a menor dúvida, berço da todas as democracias – as havidas e as por haver. Recordo que essa civilização levou ao mundo inteiro as luzes da Verdade, da Justiça e da verdadeira Fé, coisa que fez a bem (sempre que possível), ou a mal, fosse à ponta de espada, ou à lei da bala (quando os indígenas, ou nativos, não estavam muito receptivos à boa-nova). Uma das coisas que me chamou a atenção, foi verificar a quantidade de especialista em política mundial que existem neste país. Sabem, por exemplo, tudo sobre Cuba, Líbia, Coreia do Norte, Venezuela, Iraque, China ou Afeganistão. E têm soluções para todos os problemas que existem nesses países. Segundo parece, consiste em adoptar um sistema político e económico igual ao português.
Contudo, mal cheguei, deparei-me com algumas situações que julgava verdadeiramente impensáveis. Passo já aos factos, retirados de fontes insuspeitas, tais como o INE, o EUROSTAT, relatórios do Banco de Portugal e comunicação social. Desemprego galopante. Salários e pensões baixíssimos. Criminalidade a dar com um pau. Prostituição esquina sim, esquina não, pinheiro sim, pinheiro não, para além das senhoras que se oferecem, aos milhares, em dezenas de páginas de requintado bom gosto, nalguns jornais nacionais, com publicidade paga. Falências aos milhares. Corrupção, upa, upa, principalmente a nível de órgãos de soberania e da administração. Crime de colarinho branco que, tal como a prostituição e a corrupção, são as únicas actividades florescentes, bem se podendo considerar as verdadeiras – e grandes – indústrias nacionais. Milhares de doentes em listas de espera. Fome. Cerca de dois milhões de portugueses considerados pobres ou a raiar a miséria. Dos realmente miseráveis, não rezam as estatísticas. A agricultura, as pescas e a indústria reduzidas à sua expressão mais simples. Ao mesmo tempo, uma elite política e empresarial estabelece para si ordenados, reformas e prémios de gestão – mesmo quando as suas empresas dão prejuízo – dignos de autênticos nababos.
Para além disto tudo, fiquei a saber que o país está nas lonas, apesar de o senhor primeiro-ministro dizer – e eu li e ouvi isso, no estrangeiro – ainda há bem pouco tempo, que Portugal estava bem e até se recomendava, podendo ser um exemplo para outras nações. Mas, de repente, pumba! Falimos. Por isso, andam, por aí uns senhores a ver o estado a que chegámos e, segundo se diz, vão apresentar uma factura duríssima, que a maioria dos portugueses vai ter que pagar com língua de palmo.
Acrescento que não acreditava quando, lá fora, ouvia dizer que Portugal era uma anedota, os governantes uns autênticos embusteiros, gente sem crédito, tudo isto ilustrado com histórias verdadeiramente incríveis. Pensei que era tudo uma campanha negra, uma imensa cabala. Pelos vistos, enganei-me. Como foi isto possível? Será que é tudo verdade, ou estarei a viver um pesadelo?
Será isto que os sabichões que por aí opinam, tal como os vários especialistas em política internacional, querem exportar para países como Cuba, por exemplo?
Contudo, mal cheguei, deparei-me com algumas situações que julgava verdadeiramente impensáveis. Passo já aos factos, retirados de fontes insuspeitas, tais como o INE, o EUROSTAT, relatórios do Banco de Portugal e comunicação social. Desemprego galopante. Salários e pensões baixíssimos. Criminalidade a dar com um pau. Prostituição esquina sim, esquina não, pinheiro sim, pinheiro não, para além das senhoras que se oferecem, aos milhares, em dezenas de páginas de requintado bom gosto, nalguns jornais nacionais, com publicidade paga. Falências aos milhares. Corrupção, upa, upa, principalmente a nível de órgãos de soberania e da administração. Crime de colarinho branco que, tal como a prostituição e a corrupção, são as únicas actividades florescentes, bem se podendo considerar as verdadeiras – e grandes – indústrias nacionais. Milhares de doentes em listas de espera. Fome. Cerca de dois milhões de portugueses considerados pobres ou a raiar a miséria. Dos realmente miseráveis, não rezam as estatísticas. A agricultura, as pescas e a indústria reduzidas à sua expressão mais simples. Ao mesmo tempo, uma elite política e empresarial estabelece para si ordenados, reformas e prémios de gestão – mesmo quando as suas empresas dão prejuízo – dignos de autênticos nababos.
Para além disto tudo, fiquei a saber que o país está nas lonas, apesar de o senhor primeiro-ministro dizer – e eu li e ouvi isso, no estrangeiro – ainda há bem pouco tempo, que Portugal estava bem e até se recomendava, podendo ser um exemplo para outras nações. Mas, de repente, pumba! Falimos. Por isso, andam, por aí uns senhores a ver o estado a que chegámos e, segundo se diz, vão apresentar uma factura duríssima, que a maioria dos portugueses vai ter que pagar com língua de palmo.
Acrescento que não acreditava quando, lá fora, ouvia dizer que Portugal era uma anedota, os governantes uns autênticos embusteiros, gente sem crédito, tudo isto ilustrado com histórias verdadeiramente incríveis. Pensei que era tudo uma campanha negra, uma imensa cabala. Pelos vistos, enganei-me. Como foi isto possível? Será que é tudo verdade, ou estarei a viver um pesadelo?
Será isto que os sabichões que por aí opinam, tal como os vários especialistas em política internacional, querem exportar para países como Cuba, por exemplo?
(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 04/05/2011.
Sem comentários:
Enviar um comentário