
Nesta mesma sociedade, há, no entanto, quem acumule empregos muito bem remunerados – até principescamente remunerados – quer a nível da administração das empresas públicas, quer a nível do sector privado, mesmo que essas empresas acumulem prejuízos, paguem mal aos seus trabalhadores e até os despeçam aos magotes, bastando, para isso, não lhes renovar os contratos, coisa cada vez mais comum. Nada mais normal, nada mais democrático. E peço o favor de não confundir estes casos com os daqueles homens e mulheres que se desdobram em mais de que uma ocupação para fugir da fome e doutras virtudes amplamente democráticas, ou com os reformados que se vêem obrigados a procurar trabalho pelas mesmíssimas razões.
Ainda no âmbito desta largueza de valores democráticos, há quem tenha o poder de determinar para si múltiplas e repolhudas reformas, ao mesmo tempo que pode reduzir ou congelar – ou exigir ao governo que o faça – as já de si paupérrimas reformas dos pensionistas em geral. Um precioso exemplo: um ex-ministro, democrata de fibra e genial gestor, que além dos proveit
Há milhares de entidades que albergam milhares de miras amarais. Há leis que foram feitas, exclusivamente, para favorecer quem as cria e aprova. Há uma imensa chusma de criaturas, todas elas ligadas aos topos dos aparelhos partidários e ao mundo da gestão empresarial do mais alto nível (nível de lucros, que não moral) que entre si partem e repartem a pouca riqueza que se produz. Vivem bem à conta de forçarem, em nome da pátria, os seus compatriotas a viver mal.
Há quem diga que tudo isto é amplamente democrático. Uns, porque pensam que as dores dos outros nunca lhes baterão à porta. Outros, porque não pensam absolutamente nada.
E também há quem acredite que o novo governo vai resolver estas coisas. São os que também acreditam no Pai Natal.

1 comentário:
Um desafio à CM do SEixal e ao PSD/Seixal em: http://viverseixal.blogspot.com/2011/06/carvalho-da-silva-defende-auditoria-as.html
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