Em democracia plena, ou seja, numa sociedade amplamente democrática, como a nossa, é normal haver quem perca o seu trabalho – e, consequentemente, a sua fonte de subsistência – por incompetência ou dolo da entidade patronal, por decisão administrativa do governo ou, apenas, por vontade soberana do senhor empresário. Nada mais normal, nada mais democrático.
Nesta mesma sociedade, há, no entanto, quem acumule empregos muito bem remunerados – até principescamente remunerados – quer a nível da administração das empresas públicas, quer a nível do sector privado, mesmo que essas empresas acumulem prejuízos, paguem mal aos seus trabalhadores e até os despeçam aos magotes, bastando, para isso, não lhes renovar os contratos, coisa cada vez mais comum. Nada mais normal, nada mais democrático. E peço o favor de não confundir estes casos com os daqueles homens e mulheres que se desdobram em mais de que uma ocupação para fugir da fome e doutras virtudes amplamente democráticas, ou com os reformados que se vêem obrigados a procurar trabalho pelas mesmíssimas razões.
Ainda no âmbito desta largueza de valores democráticos, há quem tenha o poder de determinar para si múltiplas e repolhudas reformas, ao mesmo tempo que pode reduzir ou congelar – ou exigir ao governo que o faça – as já de si paupérrimas reformas dos pensionistas em geral. Um precioso exemplo: um ex-ministro, democrata de fibra e genial gestor, que além dos proveitos adquiridos por anos de esforçada e fértil acção governativa, usufrui de alguns outros, fruto de douradas ocupações, conseguiu, dentro da lei, uma farfalhuda reforma de 18.000 euros, (3.600 contos) mensais, bem suada durante 18 mesitos nos agrestes gabinetes da administração da CGD. Chama-se Mira Amaral, e costuma aparecer na televisão a exigir mais austeridade para os trabalhadores a sério e para pensionistas em geral, que não a ele, obviamente. E este figurão é apenas um chupista no meio de um bando de democratas que sugam o OGE e as mais-valias que o mundo do trabalho vai gerando. Mas tudo isto é normal e, principalmente, amplamente democrático.
Há milhares de entidades que albergam milhares de miras amarais. Há leis que foram feitas, exclusivamente, para favorecer quem as cria e aprova. Há uma imensa chusma de criaturas, todas elas ligadas aos topos dos aparelhos partidários e ao mundo da gestão empresarial do mais alto nível (nível de lucros, que não moral) que entre si partem e repartem a pouca riqueza que se produz. Vivem bem à conta de forçarem, em nome da pátria, os seus compatriotas a viver mal.
Há quem diga que tudo isto é amplamente democrático. Uns, porque pensam que as dores dos outros nunca lhes baterão à porta. Outros, porque não pensam absolutamente nada.
E também há quem acredite que o novo governo vai resolver estas coisas. São os que também acreditam no Pai Natal.
Nesta mesma sociedade, há, no entanto, quem acumule empregos muito bem remunerados – até principescamente remunerados – quer a nível da administração das empresas públicas, quer a nível do sector privado, mesmo que essas empresas acumulem prejuízos, paguem mal aos seus trabalhadores e até os despeçam aos magotes, bastando, para isso, não lhes renovar os contratos, coisa cada vez mais comum. Nada mais normal, nada mais democrático. E peço o favor de não confundir estes casos com os daqueles homens e mulheres que se desdobram em mais de que uma ocupação para fugir da fome e doutras virtudes amplamente democráticas, ou com os reformados que se vêem obrigados a procurar trabalho pelas mesmíssimas razões.
Ainda no âmbito desta largueza de valores democráticos, há quem tenha o poder de determinar para si múltiplas e repolhudas reformas, ao mesmo tempo que pode reduzir ou congelar – ou exigir ao governo que o faça – as já de si paupérrimas reformas dos pensionistas em geral. Um precioso exemplo: um ex-ministro, democrata de fibra e genial gestor, que além dos proveitos adquiridos por anos de esforçada e fértil acção governativa, usufrui de alguns outros, fruto de douradas ocupações, conseguiu, dentro da lei, uma farfalhuda reforma de 18.000 euros, (3.600 contos) mensais, bem suada durante 18 mesitos nos agrestes gabinetes da administração da CGD. Chama-se Mira Amaral, e costuma aparecer na televisão a exigir mais austeridade para os trabalhadores a sério e para pensionistas em geral, que não a ele, obviamente. E este figurão é apenas um chupista no meio de um bando de democratas que sugam o OGE e as mais-valias que o mundo do trabalho vai gerando. Mas tudo isto é normal e, principalmente, amplamente democrático.
Há milhares de entidades que albergam milhares de miras amarais. Há leis que foram feitas, exclusivamente, para favorecer quem as cria e aprova. Há uma imensa chusma de criaturas, todas elas ligadas aos topos dos aparelhos partidários e ao mundo da gestão empresarial do mais alto nível (nível de lucros, que não moral) que entre si partem e repartem a pouca riqueza que se produz. Vivem bem à conta de forçarem, em nome da pátria, os seus compatriotas a viver mal.
Há quem diga que tudo isto é amplamente democrático. Uns, porque pensam que as dores dos outros nunca lhes baterão à porta. Outros, porque não pensam absolutamente nada.
E também há quem acredite que o novo governo vai resolver estas coisas. São os que também acreditam no Pai Natal.
(João Carlos Pereira)
1 comentário:
Um desafio à CM do SEixal e ao PSD/Seixal em: http://viverseixal.blogspot.com/2011/06/carvalho-da-silva-defende-auditoria-as.html
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