Já disse que não sou economista. Esclareço, agora, que não sou bruxo. Ora, não sendo economista, nem sendo bruxo, porque carga de água é que faço previsões que batem certo? É verdade que não se passa só comigo, há mais gente a quem isso acontece – e a quem chamam, muitas vezes, profetas da desgraça, destabilizadores e outros mimos – mas porque é que nós sabemos aquilo que os outros parecem não saber?
Disse, aqui há tempos, que as receitas da Troika, tal como as receitas dos PEC’s de Sócrates e as medidas de Passos não vão resolver a crise, mas agravá-la. Isto é: se a crise for o desemprego, os baixos salários e as baixas reformas, a estagnação ou recessão da economia, a baixa produtividade e a cada vez menor capacidade produtiva, seja nas pescas, na agricultura e na pecuária, ou seja na indústria, as coisas só vão piorar. Mas se o que interessar for aumentar os lucros do grande capital, que se querem maiores do que já são, aí, sim, as coisas vão de vento em popa. E se for meter mais dinheiro nos cofres dos agiotas que nos emprestam dinheiro, então a crise vai ser ultrapassada.
Disse, aqui há tempos, que as receitas da Troika, tal como as receitas dos PEC’s de Sócrates e as medidas de Passos não vão resolver a crise, mas agravá-la. Isto é: se a crise for o desemprego, os baixos salários e as baixas reformas, a estagnação ou recessão da economia, a baixa produtividade e a cada vez menor capacidade produtiva, seja nas pescas, na agricultura e na pecuária, ou seja na indústria, as coisas só vão piorar. Mas se o que interessar for aumentar os lucros do grande capital, que se querem maiores do que já são, aí, sim, as coisas vão de vento em popa. E se for meter mais dinheiro nos cofres dos agiotas que nos emprestam dinheiro, então a crise vai ser ultrapassada.
Ora, com muito mais de um ano de PEC’s e aperta-o-cinto, o monstro, em vez de ter sustido os ímpetos, está cada vez mais atrevido. Sinal disso, é o número de falências que está a ser registado. O Zé não está a comprar nada. Tá vazio, sem cheta! Os cafés e os restaurantes estão às moscas, as lojas fazem descontos que chegam aos 70%, mas tá bem, deixa! Os andares não se vendem, nem os velhos, quanto mais os novos. As construtoras não compram cimento, nem varão, nem tijolo, e mandam para casa o pessoal. As cimenteiras fazem cimento para stocks, o comércio deita as mãos à cabeça e os investidores fazem um real manguito. Só nos últimos oito meses os tribunais portugueses declararam falidas 2.917 empresas, mais 7% do que em igual período de 2010. Ou seja, desapareceram, em média, quase 18 empresas por cada dia útil. É muito? Não! É pouco, porque esse número é muito maior.
É que as empresas que recorrem aos tribunais são, apenas, a ponta do iceberg. O número real de empresas que desaparecem é oito ou dez vezes superior. A maior parte paga aos trabalhadores, aos fornecedores e, simplesmente, fecha a porta. São comerciantes que, muitas vezes, tiveram de recorrer aos seus bens pessoais para pagar as dívidas. Quem o diz não é um profeta da desgraça, mas o presidente da CCP.
Agora, vêm os ricos dizer que podem pagar qualquer coisinha para ajudar a resolver a crise, maneira de calar os protestos que, mais dia, menos dia, vão rebentar. Afinal, tocou a todos, querem eles que se pense. O problema não se resolve dando um grama de ouro das várias toneladas que acumularam com o suor dos portugueses.
O problema resolve-se quando a mina de ouro passar a ser do Estado.
Ou seja: NOSSA!
(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 07/09/2011.
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