Ao vender ao melhor preço – mas, mesmo assim, a preço de saldo – a EDP aos chineses, os senhores ministros regaram com champanhe mais uma hora negra da «democracia» portuguesa e da independência nacional. «Acabámos bem o ano», sentenciou um fulano emigrado, agora a fazer de ministro da Economia. «Foi um negócio barato», confirmou o comprador chinês.
Há uns anos, outros vendilhões, em vez de ampliarem a Siderurgia Nacional, passaram-na a patacos – também num autêntico negócio da China – a um consórcio estrangeiro, composto por espanhóis e italianos. Venderam por dez milhões de contos o que valia, no mínimo, catorze. Meses depois, os italianos venderam a sua parte aos espanhóis por vinte milhões de contos. Hoje, em vez de uma Siderurgia Nacional, capaz de satisfazer as nossas necessidades em produtos siderúrgicos, dando emprego a milhares de trabalhadores portugueses e explorando os minérios nacionais, temos uma empresa estrangeira explorando trabalhadores precários e vendendo a Portugal o aço de que necessitamos depois de ter ido a Espanha ser carimbado como espanhol. E em vez dos nossos minérios – que, dizem eles, não produzem aço de qualidade, o que décadas de produção desmentem – ainda temos que importar sucata para alimentar o forno.
Deixámos de ter metalomecânica pesada, deixámos de ter grandes estaleiros navais, deixámos de ter uma frota pesqueira digna desse nome, importamos trigo de toda a parte do mundo, enquanto os campos do Alentejo dormem à espera que a cortiça cresça, quando não estão transformados em coutadas de caça ou campos de golfe. Em paga, os estrangeiros deram-nos dinheiro para construirmos estradas e auto-estradas, pontes e viadutos, mas onde, para circular (os poucos que por lá ainda circulam) – e apesar de financiados com fundos comunitários – ainda se tem que pagar portagens.
De 1975 para cá, todos os governos não foram mais do que comissões liquidatárias do país, gente sem honra, sem vergonha e sem o mínimo de amor pela Pátria, reles vendilhões que transformaram o país num pântano – disse-o Guterres – puseram os portugueses de tanga – confirmou-o Durão – até que, num desvario final, Sócrates e Passos, o entregaram nas mãos dos credores.
Repito o que disse há dias: por muito menos, Miguel de Vasconcelos foi lançado da janela abaixo, em 1 de Dezembro de 1640.
Mas isso foi num tempo em que havia homens em Portugal.
Há uns anos, outros vendilhões, em vez de ampliarem a Siderurgia Nacional, passaram-na a patacos – também num autêntico negócio da China – a um consórcio estrangeiro, composto por espanhóis e italianos. Venderam por dez milhões de contos o que valia, no mínimo, catorze. Meses depois, os italianos venderam a sua parte aos espanhóis por vinte milhões de contos. Hoje, em vez de uma Siderurgia Nacional, capaz de satisfazer as nossas necessidades em produtos siderúrgicos, dando emprego a milhares de trabalhadores portugueses e explorando os minérios nacionais, temos uma empresa estrangeira explorando trabalhadores precários e vendendo a Portugal o aço de que necessitamos depois de ter ido a Espanha ser carimbado como espanhol. E em vez dos nossos minérios – que, dizem eles, não produzem aço de qualidade, o que décadas de produção desmentem – ainda temos que importar sucata para alimentar o forno.
Deixámos de ter metalomecânica pesada, deixámos de ter grandes estaleiros navais, deixámos de ter uma frota pesqueira digna desse nome, importamos trigo de toda a parte do mundo, enquanto os campos do Alentejo dormem à espera que a cortiça cresça, quando não estão transformados em coutadas de caça ou campos de golfe. Em paga, os estrangeiros deram-nos dinheiro para construirmos estradas e auto-estradas, pontes e viadutos, mas onde, para circular (os poucos que por lá ainda circulam) – e apesar de financiados com fundos comunitários – ainda se tem que pagar portagens.
De 1975 para cá, todos os governos não foram mais do que comissões liquidatárias do país, gente sem honra, sem vergonha e sem o mínimo de amor pela Pátria, reles vendilhões que transformaram o país num pântano – disse-o Guterres – puseram os portugueses de tanga – confirmou-o Durão – até que, num desvario final, Sócrates e Passos, o entregaram nas mãos dos credores.
Repito o que disse há dias: por muito menos, Miguel de Vasconcelos foi lançado da janela abaixo, em 1 de Dezembro de 1640.
Mas isso foi num tempo em que havia homens em Portugal.
(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 11/01/2012.
Sem comentários:
Enviar um comentário