Enquanto Cavaco provava lindos chapéus e pedia aos portugueses para fazerem filhos, Durão Barroso descobria que o nível do desemprego entre os mais jovens era «inadmissível». A descoberta ainda lhe ficou melhor que o chapéu na cachola do senhor presidente, cujo sorriso, no acto da prova, faria inveja ao riso das vacas que ele, por sua vez, vislumbrou nos Açores, aqui há uns tempos atrás. Chapéus e desempregados há muitos, e palermas, pelo que se vê, ainda há mais. Talvez fosse por isso que as vacas se desmancharam a rir.
Quando falo em palermas, estou a pensar, naturalmente, nos mais de um milhão e duzentos mil portugueses que estão desempregados, sendo que grande parte deles é duplamente palerma, pois terá acreditado que Passos Coelho, conforme garantiu em campanha eleitoral, não iria aumentar os impostos, nem cortar nos subsídios de férias e de Natal, nem juntar mais austeridade às medidas de austeridade que os PEC’s socialistas – com o seu aval, aliás – já tinham imposto. Medidas que, como se sabe, provocam mais e mais desemprego. Mas se o senhor presidente quer que os portugueses forniquem com sentido reprodutor – não fornicar por fornicar, mas fornicar para procriar – porque não leva a sua ânsia repovoadora mais longe e sugere ao senhor Durão Barroso que promova uma qualquer directiva comunitária que nos obrigue a colocar os desempregados jovens de ambos os sexos – que serão os que, sexualmente, mais activos estarão – a fornicar em Centros de Reprodução da Espécie, onde deveriam, em nome da pátria e dos seus superiores interesses, satisfazer as suas necessidades sexuais e, ao mesmo tempo, as necessidades demográficas do país? Uma espécie de Casa dos Segredos, mas através de uma Parceria Público-Privada (PPP), já que o país não avança sem que, pelo meio, haja sempre o formigueiro do lucro a estimular os dedos, não sei se me faço entender.
É claro que as crianças nascidas nestes Centros não seriam propriedade do Estado nem dos seus progenitores, mas dos investidores privados da tal PPP, que promoveriam a sua educação, tendo em vista criar uma nova espécie de trabalhadores verdadeiramente exemplares, livres de ideias perniciosas, tais como salário, horário, férias, direitos, descanso, família e outros vícios das sociedades contemporâneas, origem da crise que aí está. Só então se poderá dizer que, finalmente, se vive em democracia.
Ri-te, ri-te…
Quando falo em palermas, estou a pensar, naturalmente, nos mais de um milhão e duzentos mil portugueses que estão desempregados, sendo que grande parte deles é duplamente palerma, pois terá acreditado que Passos Coelho, conforme garantiu em campanha eleitoral, não iria aumentar os impostos, nem cortar nos subsídios de férias e de Natal, nem juntar mais austeridade às medidas de austeridade que os PEC’s socialistas – com o seu aval, aliás – já tinham imposto. Medidas que, como se sabe, provocam mais e mais desemprego. Mas se o senhor presidente quer que os portugueses forniquem com sentido reprodutor – não fornicar por fornicar, mas fornicar para procriar – porque não leva a sua ânsia repovoadora mais longe e sugere ao senhor Durão Barroso que promova uma qualquer directiva comunitária que nos obrigue a colocar os desempregados jovens de ambos os sexos – que serão os que, sexualmente, mais activos estarão – a fornicar em Centros de Reprodução da Espécie, onde deveriam, em nome da pátria e dos seus superiores interesses, satisfazer as suas necessidades sexuais e, ao mesmo tempo, as necessidades demográficas do país? Uma espécie de Casa dos Segredos, mas através de uma Parceria Público-Privada (PPP), já que o país não avança sem que, pelo meio, haja sempre o formigueiro do lucro a estimular os dedos, não sei se me faço entender.
É claro que as crianças nascidas nestes Centros não seriam propriedade do Estado nem dos seus progenitores, mas dos investidores privados da tal PPP, que promoveriam a sua educação, tendo em vista criar uma nova espécie de trabalhadores verdadeiramente exemplares, livres de ideias perniciosas, tais como salário, horário, férias, direitos, descanso, família e outros vícios das sociedades contemporâneas, origem da crise que aí está. Só então se poderá dizer que, finalmente, se vive em democracia.
Ri-te, ri-te…