Farto de dar voltas à cabeça para encontrar algo de novo para vos contar, pus-me a passear pela Net. De blogue em blogue, vi um texto que me pareceu interessante para aqui vos dar uma lufada de ar fresco – prosa nova, dados novos – e divulgar uma verdade despercebida, mas que nos explica a mentira em vivemos. Cá vai, então, com a devida vénia a António Vilarigues e ao seu blogue, O Castendo, uma preciosa ajuda para nos ajudar a perceber alguns truques da malandragem que por aí vai.
«Por razões profissionais, nos últimos 20 anos escutei, como oradores/conferencistas, quase todos os membros do actual governo (e dos anteriores de Guterres, Durão e Sócrates). E a esmagadora maioria dos seus apoiantes, ditos especialistas, tecnocratas e quejandos.
Do que ouvi retive de TODOS eles três ideias centrais:
1. Os Recursos Humanos são os principais activos de uma empresa. E de uma sociedade. Assim devem ser tratados como tal;
2. O modelo de salários baixos, como factor de produtividade e de competitividade das empresas portuguesas, pelo menos desde 1995 que está esgotado;
3. Os factores essenciais que pesam de facto na produtividade e competitividade do país são:
- os da nossa fraca especialização produtiva;
- as debilidades que apresenta a nossa economia na criação e difusão de tecnologia;
- a deficiente organização e gestão das empresas e do processo produtivo;
- a educação e a formação, incluindo, nomeadamente, as de empresários (sistematicamente inferior às dos trabalhadores, pelo menos desde 1992) e quadros dirigentes;
- os custos da energia, da água, dos combustíveis, das comunicações, dos transportes e do dinheiro, em muitos casos superiores em relação à média comunitária;
- e que não é a intensificação do trabalho, nem a redução dos salários que resolverá o problema da menor produtividade e competitividade do país.
Qual é o meu «espanto» ao vê-los, uma vez transfigurados em governantes, a defender o contrário do que anteriormente proclamavam.
E, sublinhe-se, a inversa também é verdadeira: saídos de governantes e regressados aos seus afazeres profissionais, é ouvi-los a perorar a mesma lengalenga sobre os recursos humanos, os baixos salários, a produtividade e a competitividade.
Será porque ganham em média por 1 hora de conferência cerca de 5 mil euros (o que um trabalhador que receba o salário mínimo nacional não aufere num ano)?
Ou será que a mentira e a sem vergonhice lhes estão na massa do sangue?».
Ora aqui estão duas perguntas a que as pessoas sérias e lúcidas responderão sem dificuldade. As outras, essas, ou ficam caladas, ou dizem duas ou três idiotices. E essas, para mal de todos nós, ainda são a maioria.
«Por razões profissionais, nos últimos 20 anos escutei, como oradores/conferencistas, quase todos os membros do actual governo (e dos anteriores de Guterres, Durão e Sócrates). E a esmagadora maioria dos seus apoiantes, ditos especialistas, tecnocratas e quejandos.
Do que ouvi retive de TODOS eles três ideias centrais:
1. Os Recursos Humanos são os principais activos de uma empresa. E de uma sociedade. Assim devem ser tratados como tal;
2. O modelo de salários baixos, como factor de produtividade e de competitividade das empresas portuguesas, pelo menos desde 1995 que está esgotado;
3. Os factores essenciais que pesam de facto na produtividade e competitividade do país são:
- os da nossa fraca especialização produtiva;
- as debilidades que apresenta a nossa economia na criação e difusão de tecnologia;
- a deficiente organização e gestão das empresas e do processo produtivo;
- a educação e a formação, incluindo, nomeadamente, as de empresários (sistematicamente inferior às dos trabalhadores, pelo menos desde 1992) e quadros dirigentes;
- os custos da energia, da água, dos combustíveis, das comunicações, dos transportes e do dinheiro, em muitos casos superiores em relação à média comunitária;
- e que não é a intensificação do trabalho, nem a redução dos salários que resolverá o problema da menor produtividade e competitividade do país.
Qual é o meu «espanto» ao vê-los, uma vez transfigurados em governantes, a defender o contrário do que anteriormente proclamavam.
E, sublinhe-se, a inversa também é verdadeira: saídos de governantes e regressados aos seus afazeres profissionais, é ouvi-los a perorar a mesma lengalenga sobre os recursos humanos, os baixos salários, a produtividade e a competitividade.
Será porque ganham em média por 1 hora de conferência cerca de 5 mil euros (o que um trabalhador que receba o salário mínimo nacional não aufere num ano)?
Ou será que a mentira e a sem vergonhice lhes estão na massa do sangue?».
Ora aqui estão duas perguntas a que as pessoas sérias e lúcidas responderão sem dificuldade. As outras, essas, ou ficam caladas, ou dizem duas ou três idiotices. E essas, para mal de todos nós, ainda são a maioria.
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 08/02/2012.
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