Em 1936, o génio cineasta Charles Chaplin realiza e apresenta o filme com este título. Todos nos lembramos das máquinas com os seus movimentos repetitivos, dos parafusos, porcas e chaves de bocas. O operário que opera a máquina que evita paragens na hora de almoço enlouquece. É internado no hospício. É confundido como agitador de massas. É um vagabundo. Não obedece à lei da sociedade que ajudou a criar. Mas há também uma menina que tem de roubar para alimentar a família. E há o severo braço da lei que leva as jovens irmãs para adopção. Um mundo sem rosto estava a ser construído, a justiça cega, mas de olho bem aberto, actua severamente. O vagabundo percebe que afinal ele não valia mais que qualquer parafuso ou porca da máquina que operava no início do século. Era apenas mais um, substituível, desinteressante, mas vigiado. As emoções, a força de ser humano, a razão aos olhos de todos, as conquistas que após um século XX sacrificado com guerras globais e locais nos levaram a pensar que estávamos noutros tempos, é um absoluto logro. A menina russa que não foi deixada apodrecer numa cabine telefónica e que esta semana seguiu um destino incerto face à realidade que tinha, pela mão do mesmo severo e justo braço da lei, faz-nos perceber que continuamos a viver em Tempos Modernos. Quando mexer no próximo parafuso ou porca tenha atenção. Não é assim tão diferente de si.
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