A lengalenga que por aí se entoa é mais ou menos assim: os portugueses vivem acima das suas posses, ganham demais, não são produtivos. Os gregos são uns caloteiros, madraços e o que querem é viver à grande, à custa do dinheiro dos coitados dos banqueiros. Quando se pergunta a estes papagaios quem são os portugueses e os gregos de que estão a falar, metem a viola no saco. Um dia destes, vai dizer-se o mesmo dos italianos. E dos espanhóis. E não vai parar por aí.
A outra pergunta – e a que realmente importa fazer – é esta: que pessoas e que políticas conduziram a esta crise? Isto é: quem são os responsáveis por ela? Qualquer imbecil percebe que para se combater um mal é preciso conhecer-se a sua natureza, identificá-lo, perceber o que a ele conduziu. Mas para governantes, banqueiros e os bem pagos cérebros que a toda a hora debitam sobre a Crise, isso é coisa tabu. A Crise aconteceu, e pronto! A Crise é autónoma, tem vida própria, apareceu por combustão espontânea.
No entanto, a resposta é simples e óbvia: quem fez a Crise foram as pessoas que definem e aplicam as políticas económicas. As pessoas que têm nas mãos os mecanismos que regem a Economia. Foram, para abreviar, os detentores do capital financeiro e os governantes. Se alguma coisa deu para o torto, foram eles os responsáveis. Não foram os portugueses, os gregos, os italianos, os espanhóis ou os irlandeses.
Posto isto – e parece-me que ninguém, por muito estúpido ou descarado que seja, poderá dizer que há aqui qualquer falha de raciocínio – as questões que se colocam a seguir são estas: como é possível, num mundo em crise, haver alguém que acumulou tanto dinheiro que pode financiar os países aflitos? De onde lhes vieram os fundos, já que nenhuma riqueza criam? Que mecanismos legais – ou outros – os governantes encontraram para transferir, dos cofres dos Estados para os cofres desses «beneméritos», o produto da riqueza produzida – os fundos – que agora nos «vêm salvar» a juros canibalescos?
Há duas soluções para a Crise.
Uma «solução» – a dos que provocaram a Crise – é apresentar a factura aos gregos, aos portugueses, aos irlandeses, aos espanhóis, aos italianos e aos povos que se seguirem. E, claro, manter o mesmo esquema de usurpação: exaurir o erário público dos estados e, depois, ir salvá-los a juros extorsionários. É a solução viciosa.
A verdadeira solução: responsabilizar política e criminalmente os governantes que aqui conduziram os seus países. E, naturalmente, recuperar para os estados os fundos desviados para o bolso dos «investidores». Nacionalizá-los.
Claro que os banqueiros, e os políticos devassos e vendidos preferem a solução viciosa. E enquanto tiverem as costas quentes pelos idiotas – ou coisa pior – vão levando a água ao seu moinho.
A Crise é o seu maná.
A outra pergunta – e a que realmente importa fazer – é esta: que pessoas e que políticas conduziram a esta crise? Isto é: quem são os responsáveis por ela? Qualquer imbecil percebe que para se combater um mal é preciso conhecer-se a sua natureza, identificá-lo, perceber o que a ele conduziu. Mas para governantes, banqueiros e os bem pagos cérebros que a toda a hora debitam sobre a Crise, isso é coisa tabu. A Crise aconteceu, e pronto! A Crise é autónoma, tem vida própria, apareceu por combustão espontânea.
No entanto, a resposta é simples e óbvia: quem fez a Crise foram as pessoas que definem e aplicam as políticas económicas. As pessoas que têm nas mãos os mecanismos que regem a Economia. Foram, para abreviar, os detentores do capital financeiro e os governantes. Se alguma coisa deu para o torto, foram eles os responsáveis. Não foram os portugueses, os gregos, os italianos, os espanhóis ou os irlandeses.
Posto isto – e parece-me que ninguém, por muito estúpido ou descarado que seja, poderá dizer que há aqui qualquer falha de raciocínio – as questões que se colocam a seguir são estas: como é possível, num mundo em crise, haver alguém que acumulou tanto dinheiro que pode financiar os países aflitos? De onde lhes vieram os fundos, já que nenhuma riqueza criam? Que mecanismos legais – ou outros – os governantes encontraram para transferir, dos cofres dos Estados para os cofres desses «beneméritos», o produto da riqueza produzida – os fundos – que agora nos «vêm salvar» a juros canibalescos?
Há duas soluções para a Crise.
Uma «solução» – a dos que provocaram a Crise – é apresentar a factura aos gregos, aos portugueses, aos irlandeses, aos espanhóis, aos italianos e aos povos que se seguirem. E, claro, manter o mesmo esquema de usurpação: exaurir o erário público dos estados e, depois, ir salvá-los a juros extorsionários. É a solução viciosa.
A verdadeira solução: responsabilizar política e criminalmente os governantes que aqui conduziram os seus países. E, naturalmente, recuperar para os estados os fundos desviados para o bolso dos «investidores». Nacionalizá-los.
Claro que os banqueiros, e os políticos devassos e vendidos preferem a solução viciosa. E enquanto tiverem as costas quentes pelos idiotas – ou coisa pior – vão levando a água ao seu moinho.
A Crise é o seu maná.
(João Carlos Pereira)
Crónica lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 09/11/2011.
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